Penso que nos encontramos entre os dois lados da vida que, dualista, nos destina tanto o caminho da dor como do amor. Se há dualidade na lágrima, há também a certeza de que "são minhas as lágrimas que choro", mas as que tu derramas escorrem também dos olhos meus - posto que somos um. Nossas almas se entrelaçam na amplidão.
Eu não sei falar da complexidade dos sentimentos, as conheço o laivo de dor da lágrima que risca a face deixando cicatrizes profundos como as tuas - tatuadas pra sempre no coração. Desejo que se desenrole da dor, desejo que um dia, um dia... conquistes a felicidade plena, a alegria de viver em plenitude de vida. Talvez, talvez eu já esteja na eternidade ou, talvez eu possa vivenciar contigo estas conquistas... Só você pode dizer...
Mas o que eu posso falar? Digo, não represe sentimentos, não cale emoções. A impossibilidade de chorar, o reprimir dos sentimentos, enclausurar o coração e os desejos só traz mais dor e sofrimento. A prisão das emoções adoece o espírito, faz sangrar o coração...
Não perca a capacidade de chorar, não a deixe ir embora de ti. Permita-se expressar emoções. Conecte-se com elas... Deixa a lágrima rolar para expurgar a dor e sarar as feridas. É assim que nos mantemos humanos, que nos permitimos ser vulneráveis, frágeis...
O choro é a falta de palavras do que está no coração falar... Que um dia o choro possa ser de emoção e alegria, de felicidade por se saber amado e amar...