De vez em quando ainda me perco no pó das estrelas, procurando sonhos iguais, similitudes, sementes e pólen de flores que possam me fazer ver a mim mesma. Sinto a alegria e a felicidade por estar viva, mesmo quando as memórias do que não quero mais viver chegam e tentam me assustar. Eu viajei pelo medo e pela dor como uma náufraga perdida e desorientada - longe dos remos para as mãos. A raíz dessa dor dilacerante? Seus nós de memórias apontam para a hostilidade e a cólera assoberbada. Perdoar-me? Por carregar nas mãos o ferro fumegante pairando à beira epiderme ? Em minha fragilidade - lutando com a força da fúria - eu me encontrava diante do espelho... Olho no olho. E... Machuquei a mim!!! Foi em mim, no fundo meu coração, que doeu e as chagas se fizeram... Dilacerada, eu sabia do que se tratava. Rasgada, eu sabia o que reproduzia: essa raiva, essa dor, esse ódio... essa fúria desmedida... Por isso, por muito tempo carreguei só cacos e velharias dentro de mim. Fiz grades em minhas janelas dos olhos da alma. Abracei-me ao medo e à solidão... A ansiedade sufocando-me e impedindo-me de seguir em frente. A dor frustrando todos meus sonhos de menina-moça... ... por isso, De vez em quando... ainda me perco no pó das estrelas, procurando sonhos, similitudes, sementes e pólen de flores que possam me fazer ver a mim... e trazer a cura total... Sim! Aos poucos a Luz me toca. Sutilmente me toca e me faz feliz. Tua Luz! Sinto a alegria e a felicidade por estar viva...