Não sou forte, sou vulnerável.
E por isso me importo,
por isso sinto tão...
tão profundamente...
E sonho...
Porque sonhar
me dá asas na beira do abismo.
É o que me faz não desistir.
É o que me faz dançar em meio à tempestade.
Me deixar levar pelos ventos
e rodar nos braços do ciclone,
rodopiar segura no meio da chuva
como um barco perdido em mar revolto.
É em meio ao redemoinho
que uma voz gigante dentro de mim
grita aos ventos furiosos:
- também quero andar nos penhascos secos!
Dançar leve no movimento da brisa
pisar maresias no cimo das nuvens
e lembrar o Sol...
Lembrar que sua Luz me abraça
e dança comigo em minha solidão,
dança comigo em meus sozinhos,
baila comigo quando eu não sei mais
o que fazer, nem para onde ir...
Quando o chão some debaixo dos pés
e os olhos não conseguem mais encontrar o cais,
não entendem mais o caminho do porto...
Eu quero lembrar o Sol...
sentir seus braços
iluminados de calor e ternura...
seu toque suave do amor...
as labaredas de sua paixão... e ser Feliz!
Quero sorrir dançando com ele
a música da nossa vida!
Não sou forte, sou vulnerável,
por isso sinto tão profundamente.
Por isso me impacta...
Mas, é em meio ao ciclone-bomba
que me acolho em mim mesma
e grito aos ventos furiosos:
quero andar nos penhascos secos,
dançar a música da minha vida, lembrar o Sol
e adormecer de amor em seus braços.