As cinzas voam como o pó das estrelas,
como o pólen das asas do tempo
que flanam sobre o arvoredo.
E as folhas segredam nossos mistérios
guardados nas frestas dessas eternas saudades,
nos braços dos deuses dos sonhos e da vida...
Não tenho mais consciência do caminho.
Sei que me leva para algum lugar...
envolto nestas horas futuras e incertas.
E a penumbra da noite me envolve
como um manto silencioso
enquanto as lembranças
das pessoas que passaram por mim
quando subia os degraus de minha torre
se espalham como o pólen das estrelas...
... dançam ao som desta melodia triste
que rasga a noite num eco profundo
das cordas feridas e das partituras
que toco em meu velho e roto violino...
Pintura: Anna Razumovskaya