Maria
Prosa e Poesia
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Textos

A dor anestesia os sentidos

Recebo e acolho o canto que parte triste da alma...

Ecoa como o som profundo das cítaras em luto

pelos vales e abismos de meus pra dentro.

Sinto aquela dor que ninguém sente,

que ninguém vê, mas que tanto rói em mim.

Chegou com força e rasgou o véu da esperança e do amor.

Cravou tão fundo na alma

que nada mais se mexe, nada mais importa...

Só se movem os dedos

sobre as cordas do meu violino tão, tão triste...

Ele tenta expressar o sentimento

para não morrer pra sempre o coração...

Também conheço a dor que cobre o riso.

Essa que me faz sorrir em meio ao sofrimento.

Não disfarço a felicidade porque, em sua plenitude -

descubro AGORA - ela não existe mais...

Mas no pouco que posso ter - ela está presente. 

Eu a tenho em mim por me saber capaz de amar,

mesmo descobrindo que não sou, que nunca fui amada... 

Apesar da dor da não-reciprocidade,

da dor cortante, latejante de não ser amada...

conheço a profundidade do amor e a grandeza do amar

e do amor - a quem amo - sempre entregar...

E isso, por mais que você tente,

você de mim isso não tira...

E... nunca vai, de mim, esse amor arrancar... 

Maria
Enviado por Maria em 23/06/2024
Alterado em 23/06/2024
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