Recebo e acolho o canto que parte triste da alma...
Ecoa como o som profundo das cítaras em luto
pelos vales e abismos de meus pra dentro.
Sinto aquela dor que ninguém sente,
que ninguém vê, mas que tanto rói em mim.
Chegou com força e rasgou o véu da esperança e do amor.
Cravou tão fundo na alma
que nada mais se mexe, nada mais importa...
Só se movem os dedos
sobre as cordas do meu violino tão, tão triste...
Ele tenta expressar o sentimento
para não morrer pra sempre o coração...
Também conheço a dor que cobre o riso.
Essa que me faz sorrir em meio ao sofrimento.
Não disfarço a felicidade porque, em sua plenitude -
descubro AGORA - ela não existe mais...
Mas no pouco que posso ter - ela está presente.
Eu a tenho em mim por me saber capaz de amar,
mesmo descobrindo que não sou, que nunca fui amada...
Apesar da dor da não-reciprocidade,
da dor cortante, latejante de não ser amada...
conheço a profundidade do amor e a grandeza do amar
e do amor - a quem amo - sempre entregar...
E isso, por mais que você tente,
você de mim isso não tira...
E... nunca vai, de mim, esse amor arrancar...