Sou peregrina do tempo.
Nômade das horas,
olho o tremular dos ponteiros
de minha bússola de mão.
É quando as ruas de dentro
se fazem mar
e os sonhos surfam nuvens
em busca de sol.
Da alma os chafarizes
derramam águas em meus passos
para que se tatuem minhas pegadas
nas areias secas e profundas
de meus desertos interiores.
Sei que os sonhos não tem presente,
somente estradas...
Sei que o futuro é incerteza,
posto que nunca chega -
cada vez que penso nele avançar
já mudou para um novo Amanhã.
Sei que crianças sem dono
dormem nas calçadas
como os pequeninos sonhos
que desenhei com a ponta dos dedos
nos painéis coloridos de meus pra dentro.
Mas continuo a sonhar...
Sou peregrina do tempo.
Vem comigo Amor!, Vem!
Sejamos nômades da vida,
desenhemos novas paisagens
nos cartões postais
de nosso universo de luzes...