Silenciosos rios da alma
acordam sentimentos de vagar em silêncios,
de olhar a canoa que passa distante
e deixa um riscado tatuado no corpo das águas.
Remo a vida - solitária e sozinha -
na tarde enevoada e chuvosa.
Cachoeiras escorrem dos barrancos dos olhos
e se escondem nos lábios
entreabertos de chão e poeira.
São como a canoa vazia as horas do tempo.
Navegam silenciosas, mas tão rapidamente
que a realidade passa e nada fazemos
para nosso destino mudar -
falta aquele abraço,
olhos nos olhos dizendo: "eu te amo"!
Me perco por entre os igarapés da alma...
Me abraço e me acolho. E choro... tão só...
tão profundamente só...
como a canoa vazia nas águas desse rio...