Não sei se ainda faço versos.
Ou se apenas converso
com minha própria solidão.
Ausculto os meus pra dentro
e ouço o eco de teu silêncio
que grita imensidão.
Não sei se tudo que faço
tem um porquê! Não sei.
Apenas faço, sem saber
se pisei no degrau certo
ou se teclei a letra
que sonhei renascer
em forma de poesia.
Eu também escuto
a música que toca
e não entendo
onde foi que perdi
a partitura
que acordaria
os meus violinos.
Agora faço nada.
Alma vadia, descanso
nas entrelinhas...
para que o poema
tenha uma chance
de ser eterno...
Pintura: Anna Razumovskaya