Não olhei a janela na noite que brame.
Por isso não sei se há um luar me espreitando
por entre as estrelas cintilantes.
Mas sei que a música
toca baixinho no rádio,
bem assim, de mansinho
enquanto o pensar em ti
me toca profundamente o coração.
Escrevo. Escrevo porque além do momento,
além do agora viajo no tempo
para fundir-me em ti no espaço
que separa meu corpo do tempo
em nossa janela do tempo profundo.
Queria, agora, ver tua face,
teus olhos de poço profundo e águas cintilantes
me contemplando com amor desmedido,
amor construído na incondicionalidade,
amor gerado no âmago profundo da alma,
no recôndito de tua alma, no Santuário do Coração...