Na pausa do Poema
a alma náufraga
se afunda em busca de cais.
Não desato o nó
desse entrelaço por amor.
E continuo crochetando melodias
na noite insone e sozinha.
O pensamento se materializa palavra
na partitura sobre a mesa.
Roça, nú, a pauta do poema
e jaz suas asas no canto
de um verso de amor ainda a ser escrito.
Faz-se pausas e notas fugidias.
Não pousa mais em sonhos.
Cobre-se a letra das fuligens do tempo.
Os olhos, delatores, se entregam
em cúmplices palavras.
Choro... por mim e por ti Amor...
E o poema se desenha nas lágrimas
pelo que nunca se teve... Silêncio, silêncio...