Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Quando vejo o terno deslizar da canoa nas águas do rio, eu sei que, mesmo sem estradas ou mapas, o canoeiro sabe para onde vai. Porque existe sintonia entre os sonhos do canoeiro e o expungir das águas sob a madeira de sua canoa. Quando eu olho as águas do rio, elas me falam de suas profundezas... de mistérios e segredos bem guardados no interior profundo e calado... Quando olho as águas do rio, eu sinto o suave sopro dos ventos em minha caravela, a brisa a balouçar a lamparina incandescente e a silhueta singela do céu de estrelas refletidas sobre o espelho d'água... Talvez seja assim que o amor se revele. Em translúcida beleza... na naturalidade da existência das estrelas que se espelham no chão puro e quente dos segredos das águas... É esse amor que carrego em meu peito: o amor que torna inútil nossos questionamentos, nossos porquês... que compreende o improvável, aceita o impossível... reverenciando a vida e o todo que dela faz parte.

Maria
Enviado por Maria em 14/09/2024
Alterado em 14/09/2024
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