Não há como não vagar triste nas horas tristes. Como sorrir se lá fora chove chuva molhando a face de amor? É que existem horas que não cansam de os ponteiros do relógio bater. Paulatinamente soam o seu passar silencioso pela vida. E jamais voltam porque assim o desejamos. Olhe ao redor. Olhe para as pessoas contemplando tristes a canoa no rio. Estão lá, desafiando a si mesmas, aos seus próprios sentimentos, para descobrir por que tantas flores num verso, tantas pétalas na água de um rio. Acredito que as águas do rio também passam desejando carregar felicidades, olham a paisagem do caminho, tentam decifrar suas histórias, até veem o olhar do pescador em busca do alimento, mas seguem suas águas para o mar. O parar do rio seria a sua morte, o ir-se para o mar e nele misturar-se é conquistar a eternidade.