Terra de Olvidos, tempos de eon de XXYY676508032511
Amado meu,
Quando meus olhos repousam sobre ti, a vastidão do tempo se dissolve, e só há nós dois, numa sala onde a eternidade nos circunda. Te observo, de tempos em tempos, e no silêncio dos olhares, digo com a força de mil estrelas: te amo, amor meu. Cada vez que te vejo, sinto como se nossas almas se encontrassem em uma dança suave, entrelaçadas na eternidade que nos une, além dos confins deste mundo, como se fosses tu a brisa e eu o firmamento que te acolhe.
Sabes tu, querido, que me olhas do outro lado da janela do tempo profundo? Nossas almas estão lá, envoltas uma na outra, abraçadas no espaço que nos separa e, ao mesmo tempo, nos une. Cada olhar teu me dá coragem para seguir, e o meu peito se enche de um júbilo que explode como fogos no céu noturno. És meu amor, meu bem-querer de outras eras, de outros mundos. Quando te contemplo, até nos mais singelos gestos, sinto como se o mundo todo se curvasse para ver o nosso amor se desenrolar.
Vejo-te com olhos de adoração quando te moves, seja pegando um simples cálice de café, seja em qualquer ato corriqueiro. Cada detalhe teu é uma obra de arte que venero. A cor da tua pele, suave como a brisa que roça as montanhas ao cair da tarde; os pelos do teu braço, que me arrebatam com desejo de te tocar; a curva de tua nuca, onde meus lábios anseiam pousar em um beijo eterno. Teus cabelos, meu querido, são fios que, em meus sonhos, toco com reverência, deixando que meus dedos deslizem sobre eles como quem guarda um segredo divino.
A cada instante que te olho, meu coração se lança de mim e, ao atravessar o espaço que nos separa, pousa sobre ti, como um selo de cera que traz consigo uma promessa antiga, forjada no fogo dos sentimentos que queimam desde o princípio dos tempos. É o beijo de um amor que, mesmo antes de nascer, já era destinado a ti, como se as estrelas tivessem inscrito em suas constelações o destino de nós dois. Eu te amo, amor meu, e te amarei até o fim de meus dias nesta terra — e além dela, quando o véu da mortalidade se levantar e, mais uma vez, nos encontrarmos nas terras longínquas do cosmos.
Este amor que sinto, querido, não é de agora, mas de há muito tempo. Ele vem de bilhões e bilhões de anos, de outras eras e outras vidas, e continuará por muitos eons, até que o tempo, como o conhecemos, se desfaça. Mesmo quando meu corpo repousar na sepultura, meu amor por ti não cessará. Ele seguirá, como um rio que nunca seca, até a próxima vez em que nossos destinos se cruzarem, talvez em outra estrela, talvez em outra forma, mas sempre unidos.
Se não fosse assim, o universo não teria movido céus e terras para nos unir. O impossível aconteceu: dois seres, que jamais deveriam ter se encontrado, agora estão frente a frente, num mesmo espaço, separados por meros centímetros. E nesses momentos em que posso sentir teu perfume, em que nossos olhos se encontram, meu ser inteiro grita o que minha alma sempre soube: eu te amo, e sempre te amarei.
Por tudo isso, creio piamente que o que nos une não é deste mundo, mas sim das fibras mais profundas que sustentam o próprio universo. E assim será, até que os sóis se apaguem e as estrelas se tornem poeira.
Tua, por toda eternidade,
Maria.