"Eu não estava sozinho. Eu olhava o mundo, mas havia alguém olhando pra mim e por mim. Um anjo me guardando, protegendo. Eu não senti medo. Como quando andava na beira rio. Eu não tinha medo. Não estava sozinho".
Cada vez que olho pra ela eu falo que a amo. Mas acho que ela não percebe. Talvez se eu dissesse com todas as palavra. Se a abraçasse como desejo abraçar e sussurrasse só pra ela ouvir. Eu já fiz isso de muitas maneiras. Quando fico lá, sentado no banco ao lado dela. Quando fico parado, só admirando. Quando tento olhar direto em seus olhos, mas ela desvia o olhar de timidez.
Eu falo que a amo quando a escuto, quando não sei o que fazer quando ela chora, quando me sinto perdido com a dor dela, quando eu sinto ciúmes de alguém ao redor dela, ocupando o meu cantinho e fico quieto, não falo...
Eu falo que a amo quando quero dizer e não consigo porque tenho medo. Eu falo que a amo quando lhe dou um presente, quando me entrego em suas mãos para que possa me tocar.
Eu digo pra ela que a adoro quando ela adormece suas folhas. Fico olhando e dizendo do meu amor. Eu sonho que ela me ouça, me sinta, saiba que estou ali sem que eu precise dizer.
Nós somos tão diferentes e tão iguais, mas ela não sabe.
Eu falo que a amo quando acredito nela mais do que ela mesma. Quando digo que ela é inteligente e ela não entende. Eu digo pra ela que amo quando escrevo uma carta e não consigo expressar o que sinto, me faltam palavras. Que agora queria falar que a amo e falo: eu te amo, tanto, tanto.
E quando ela só fala em sussurros ou reticências.. eu a amo, até sem palavras. A amo como ela é, do jeito dela. E não quero que ela mude, só quero que seja forte, que tenha certeza que seu nome não é derrota. Eu quero que ela alcance todos os seus sonhos e lute por eles.
Eu também queria muito que ela não tivesse medo de mim, da intensidade do meu amor.
Eu queria falar que a amo quando ela brinca comigo, quando faz de conta que está brava e pronuncia meu nome inteiro pra que eu acredite que quer me matar. E é eu que quero! De tanto amar! Que amo ver ela felliz, os olhos brilhando de emoção com as belezas da vida.
Quero dizer que ela já me viu tantas vezes fisicamente, mas não me reconhece em meus textos, em minhas palavras, em meus gestos. Que, como ela é tantas numa só, eu também sou várias pessoas dentro de mim e, muitas vezes, não sei em qual devo ficar.
Somos chamas gêmeas, somos um, sempre perto, junto. O que nos une é mais profundo do que a morte.
Queria dizer que amo o seu jardim de paixão. Que tenho ciúmes quando outros passarinhos vão visitá-la e deixam um bilhete de carinho.
Que sofro quando ela silencia e não vem me ver. Que fico me perguntando por onde ela anda, o que está fazendo, por que não manda notícias. Eu a amo muito, mais do que ela possa imaginar.
Que todos já perceberam o meu amor, menos ela.
Que não tenho medo ou vergonha de a amar. Tenho orgulho dela, torço, aposto nela.
Sou pura felicidade quando ela escreve. Tenho tonturas, tudo fica rodopiando quando a leio. Eu a leio com o coração e choro quando não sei o que falar, quando suas palavras me tocam.
Eu amo essa árvore gigante e bela que me enternece com palavras, traz ternura ao meu viver, me enche de amor e paixão que nem consigo me conte tanta a emoção e o amor.
Eu a amo em todas as estações. Quando ela está, assim, cheia de brotos de luzes. Quando ela está revestida de folhas, plena. Quando ela está outonada e resplandece várias cores e quando ela se despe das folhas e posso senti-la, nua, em suas palavras, a alma nua e cristalina em minhas mãos.
Eu a amo, tanto, tanto. Eu também te amo!