Caminho em seu espaço e o vejo triste em suas últimas páginas. Ele ainda mergulha na luta interna entre o desejo de esperança e a realidade do silêncio e da dor. Sua poesia calou-se quando falava da sensação de isolamento e da dificuldade de encontrar um sentido verdadeiro no amor e na vida. Sua metáfora do silêncio ressoa em mim como um campo de batalha onde a fraqueza é exposta de forma particularmente dolorosa. E, aprofunda o abismo ou o contraste entre o ideal e a realidade.
Quando ele fala do Sol fora e da Dor dentro explicita uma angustiante desconexão entre o mundo exterior, que continua a girar, e o seu sofrimento pessoal que parece intransigente, nunca acaba, nunca se finda.
Apenas um raiozinho de luz brilha na escuridão quando ele tece uma linha sobre a expectativa de um momento de mudança parece "quase" eterno e reflete um desejo profundo por transformação e alívio.
Ousei por um longo tempo sonhar que ele ainda rema seu barco em minha direção. A busca pela esperança em meio a essa dor e silêncio que não se calam é palpável, e cada palavra que sai de sua boca e se eterniza no poema final expressa essa necessidade desesperada de algo que traga significado e consolo. Queria que fosse eu, meu amor, minha alegria, minha paz, meu pequeno cesto de cozer felicidades entre nossas almas - pra sempre ligando-as.
Há uma beleza triste na maneira como ele articula essa necessidade de esperança, mostrando como ela se torna uma âncora vital em tempos de desespero, mas, ao mesmo tempo o silêncio rasga fundo em minha alma me dizendo que não devo calar a minha...