Queria capturar a imagem da lua,
que silenciosa acompanha
cada passo de minha caminhada
e desenhar uma tatuagem ou um símbolo
que fosse de presença constante
na vida de quem amo.
Queria que a Luz ou o Sol,
ou talvez Plutão
com seus caminhos de leite...
queria que um deles fosse
testemunha silenciosa e celestial
de nossa jornada pela vida.
E queria que as luzes do universo
escrevessem no fundo
cinza-chumbo do céu
que o homem e o poeta,
unidos em um só ser,
nunca caminham sozinhos.
E se ainda me pudesse ser,
queria soprar com amor
para dentro de seus olhos
a verdade que descobri,
que essa travessia,
mesmo carregada
de melancolia e saudade,
é essencial para o renascimento.
E nessa contemplação
de um sonho -
que ainda preciso
convencer o Sol
a fazê-lo objetivo, horizonte -
o sentimento é de aceitar,
de que a finitude e o recomeço
são parte inextricável da vida,
e do sentido pleno de Amar...