Em noite escura o vento a alma leva,
Pelas muralhas frias, sós, sem cor,
A dama chora em seu cruel torpor,
Enquanto o céu em pranto a lua ceva.
O cavaleiro, em gesta, a sorte prova,
Com sua lança o peito vil fender,
Mas nele arde, em fúria, o seu querer,
De conquistar a paz que a dor reprova.
O tempo corre, finda-se o verão,
E as folhas caem como o sonho é vão,
A vida é breve e o lume logo apaga.
No fim da estrada, o fim é só cansaço,
E entre sombras, encontra enfim o abraço
Da morte fria, em seu negro manto alaga.