Almejo trazer nos olhos aquela chama antiga que me iluminava a face, que te fitava com os olhos risonhos e cheios de luz. Aquele olhar de tantos momentos quando contemplava inocente e feliz as sementes brotando em teu jardim diário. Olho o fogo do lampião sobre a escrivaninha e o trago de volta para àquela luminosa presença sua em minhas manhãs... Nossos olhos se conectavam em imagens e palavras e falavam inaudivelmente sobre a imensidão que nos habitava o espírito. Eu deixava-me falar... e como falava... e você me ouvia... Trago os olhos de volta ao presente e só encontro silêncio de milênios e a dor dilacerante que te abraça a alma que tanto amo e venero de amor sagrado e puro. Me sinto pequena e impotente diante a grandeza de sua tristeza e dor. Creio não ter mais nada a dizer... O silêncio condiz mais diante a hora púrpura que se abateu sobre minha alma que ainda dançava ao som das melodias do Ontem...