Um dia vou lhe falar de lealdade. De fidelidade, eu quero lhe falar. Vejo que você ainda não sabe. Quando diz que sofreu com uma história compartilhada com a única pessoa que confio e que considero amiga - onde lamento profundamente, num momento em que preciso desesperadamente de recursos, alguém me pagar para escrever um texto (artigo) e depois colocar seu nome como autor - e me dizer que se perguntou o que eu digo por aí sobre sua pessoa quando escrevo textos "nossos" e coloco "nossos" nomes (nossa autoria) neles. Primeiro vou lhe explicar com todos os detalhes para entenderes que são duas coisas completamente diferentes. Uma é escrever juntos, ter coautoria e participação, inclusive burocraticamente estabelecida ao longo de anos - e assinar juntos. Outra é você dizer 5 palavras-chave, uma frase e solicitar que alguém escreva para você que você irá pagar esse texto e depois de pronto vai assiná-lo sozinho, sem coparticipação de quem o escreveu (sobre isso lhe 'informo', para seu conhecimento porque me questionou porque não dizia para a pessoa que me sentia incomodada ao invés de falar para você como me sentia, que o fiz. Disse tudo que me incomodava sim - mas sobre isso, mais, você não precisa mais saber). Então... amor...? Entendeu a diferença ou preciso lhe explicar como se fosses uma criança de 60 meses? Depois, vou lhe dizer que se compartilho algo de minha vida privada com o senhor é porque o considero a pessoa mais perto de mim - aquela que confio de olhos fechados. Depois vou lhe relatar todas as histórias de sua vida privada que nunca compartilhas comigo pela tua teimosia e para fingir indiferença, descaso, mas contas aos outros na minha frente ou de forma alta e bem clara para que haja a certeza de eu esteja escutando. Posso lhe falar de seus pais, de seus sobrinhos e parentes, do seu sonho de um lugar à beira do rio - pela sua ligação com ele -, do uniforme que quer usar, dos copos e uísque que desejas ter à disposição para os visitantes, da cozinha que o espaço vai ter, de um sofá para você descansar, da vidraça que permita ver o rio... posso falar de seus tempos de viagens com um amigo pelo mundo, os lugares que foi, os bares e festas que frequentou, os sonhos que tem para o seu trabalho, sua vida, a cor dos móveis do seu apartamento, o escuro que gostas de viver, o mármore que tens em tua cozinha. Posso falar das panelas que comprou, do 'risoto' que está aprendendo a fazer, da noite que cozinhou e 'ela veio' e você 'salgou' demais a comida e 'quase passou dos limites'.. 'quase'... Posso relatar histórias e mais histórias de tua vida privada que me contas por meio de falar aos outros na minha frente. No entanto, da minha vida não posso falar, não queres nada ouvir ou saber. No entanto, amor, sabes mais de mim do que eu mesma. Me segues aonde eu vou, ouves com quem falo, vês tudo que vejo, sentes todas as batidas e paradas do meu coração. Consegues tocá-lo, acelerá-lo e sabes disso. Estás comigo cada minuto, sentes ciúmes de algumas pessoas que me rodeiam, sentes a falta e me chamas pelo meu coração se fico em silêncio, se me calo, se choro sabes, se rio gargalhas comigo. Mas... questionaste minha lealdade, criticaste que falo demais, que não sei me calar, que fico falando da tua vida para outras pessoas, sendo que sou quem ouço os outros falarem de ti (criticando ou elogiando) e sempre te defendo, sempre te elogia, sempre sou a mais devota de tuas fãs e admiradoras. Então, amor... Eu não preciso e não quero mais ouvir o que tens a dizer de mim. Eu sei quem sou. Conheço a minha ética, a minha moral, conheço a minha vida e a mim própria como ninguém. Não preciso de você me dizendo os meus pontos negativos (quer que eu enumere os mais de 10 mil que tu ainda não conhece?), nem os meus pontos positivos (caminho serena o mundo sabendo o que quero, o que faço, o que digo, a intrínseca relação entre o que penso, sou, digo e faço sempre). Sei de tudo isso. Não preciso e não quero ouvir de ti sobre mim. Fale de você, olhe para dentro da tua casca. Veja o que você é ali. Reconheça a dicotomia que há entre o que és dentro de ti e o que finges ser fora de você. Eu te conheço por dentro. Sei da tua alma. Já a percorro há milhões e milhões de anos. Sei o que sentes, os sentimentos... e te digo: o modo como gritas comigo, o ser que és que me faz te odiar e me afastar, não é o que está lá dentro, não é quem você é de verdade. Então amor, faz essa reflexão... seja quem de fato és. Pare de esconder e mentir sentimentos. Pare de fingir que não existo pra você. Diga a tua verdade. Revele os teus segredos... Faça isso, porque eu, numa promessa que fiz à você tantas vezes, jamais o revelarei. Enquanto refletes sobre tudo isso eu preciso lhe falar sobre lealdade, sobre fidelidade, sobre verdade e ser verdadeiro, sobre acreditar no outro, sobre valorizar o outro, sobre cuidar, ajudar, estar ao lado sempre, olhar nos olhos e dizer: 'você é um homem muito amado' e chorar a dor pela indiferença, pelo descaso, pelo empurrar pra longe. E enquanto estou "amor distanciado" como disseste eu vou lhe contar que quando amamos, admiramos, adoramos alguém nós somos leais até a morte a essa pessoa. Mesmo que ela nos decepcione, mesmo que nos machuque, mesmo conhecendo o seu pior lado, estamos lá, somos leais. . A lealdade, amor, é tão presente na minha vida quanto a amizade, a parceria e o amor. Um dia vou lhe falar de lealdade, de estar junto, do lado, perto de quem amamos e admiramos independente do tempo se a pessoa quer ou não nossa presença. Um dia vou lhe falar de lealdade amor... um dia... talvez... eu possa lhe falar... de lealdade, que para mim, é fidelidade, é estar junto, perto, dentro, lealdade também está dentro, embutido... e é Amor.