Esparzem trançados de tristeza e dor.
Armazéns de lágrimas descambam
com esmero incomum
dos dedos de tecelã do amor.
Que amor é esse
que não consegue alcançar as estrelas,
nem tocar com seu fogo os raios do Sol
ou o cume da Montanha amada?
De que serve tanto sentimento
se a feitoria do desdém
só lamenta a existência,
o tempo e o próprio sentir
como desculpa por nada fazer?
Para quê a alma se entrega
em versos e poesia
se não faz parte da vida
que adora e almeja tanto abraçar?
Por modo de que o coração
se contrita em gritar sua dor e sofrimento
porque o amor que tanto derrama cachoeiras abaixo
não consegue a alma e o coração do Mar alcançar, tocar?
Como pode um espírito acendedor de lanternas
um dia, nas próprias lágrimas de dor e tristeza,
a sua desejar - para sempre - apagar?