Quantas e quantas vezes aquele mesmo abismo escuro e profundo se escancarou diante de mim e meus passos se atiravam dentro dele? Sentia-me despencar lá dentro, cada vez mais fundo, enquanto fora de mim o mundo girava tranquilo e minha voz tagarelava suave e alegre. Chegava a ser risível a contradição. Era eu elaborando angústias e ânsias mal curadas e esquecidas nos cantos da alma. E noutras tantas em que meu mundo parava e os olhos se perdiam em algum ponto longínquo e distante em busca do que não sei? Ah! Mas o coração sabia por quais caminhos andava, que pedregulhos e estradas de tijolos amarelos percorria em minha insana lucidez. Agora, perdida nas memórias do passado, um frêmito interno me alcança os olhos límpidos que te espiam pela nossa janela do tempo profundo. Mergulho nas reminiscências de milhões e milhões de linhas traçadas em velhos pergaminhos do tempo e toco, com dedos de amor e luz, a onipresença imensa e intensa de teu Santuário do Coração!