Enquanto existir um poeta com coragem para falar, o grito das ruas e do povo ecoará no ar do nosso mundo. Enquanto houver um poeta que não aprisiona a voz, o clamor pela liberdade será a bandeira que tremulará nos mastros de nossas terras. Enquanto existir um poeta que enxergue a dor oculta, as lágrimas terão o direito de serem vistas e o sofrimento de ser compartilhado.
Enquanto um poeta resistir, o peso da injustiça encontrará palavras que o denunciem e o rosto dos esquecidos brilhará nos versos como astros redescobertos. Enquanto existir um poeta que rabisque sua indignação em papéis amarelados, as grades da opressão estremecerão diante do poder frágil de sua palavra.
Enquanto houver um poeta que se levante, não haverá escuridão sem estrela, e o amor, com seus altos e baixos, encontrará na sua voz um refúgio, um templo. Enquanto houver um poeta que cante e que grite, ainda que em sussurros, nossos sonhos não morrerão.
Porque enquanto existir um poeta, o impossível será só uma linha de versos corajosos esperando para serem lidos.