Não saberia reconhecer o ser pulsante,
cotidianamente, ressuscitado
pela verve profunda e pura...
não o posso ver, pois não há como
eu estar fora de mim...
Mas, sinto por dentro de minhas camadas poéticas
a alma em contradição:
de um lado, se esvaindo em palavras
como a areia que foge
por entre os dedos das mãos,
de outro, se levantando de mansinho do chão onde caiu,
despindo-se de suas máscaras espessas
e enfeitadas de vazios...
Ah! Reconheço-me no espelho...
vejo minhas terras em chamas,
a face de noite e estrelas,
as sombras dos abismos
de minhas xícaras de canyons profundos...
Avanço territórios fronteiriços a jardins
e inauguro-me flor...
além, muito além-MAR!
Pintura: Monika Luniak