Não me aventuro
fora do campo de meditação –
é nele que me encontro mais plena.
Quando a alma navega
em suas próprias águas,
profundas e densas,
se calam e gritam,
como as ondas do mar
que se encrespam de tempestades
e logo depois se transformam
em maresias,
a navegar nas brisas
em direção à praia...
Também não me impeço
de esboçar-me em forma de rascunho
e reticências,
mesmo coagida por todos aqueles
pontos de interrogação
das minhas cem perguntas
sem respostas...
Assim, sigo navegando,
sem mapas nem bússolas,
mas com a certeza de que
até as marés mais inquietas
conhecem o caminho de volta
ao silêncio do horizonte.