Tenho uma certa queda por esses mergulhos profundos em mares abissais e universos infindos. Realizar, amiúde, longas jornadas entre o cosmos externo e o universo interior - num vai e volta de uma travessia que nunca acabe em si mesma, mas se expanda ao todo. E por que não entrelaçar a ciência, as questões existenciais e o amor num só mote de palavras? Dançar com as palavras conectando o imensurável ao íntimo? E por que não ressignificar o mundo ao redor, os meus pra dentro, e aplicar tudo isso no cotidiano das vivências de dentro e de fora? Queria trazer em mim esse olhar humano e sensível, esse olhar que transforma ciência em arte, dúvidas em poesia, e conclusões em amor. Falo desse amor que dá sentido à luz e às cores que me habitam. Não quero lapidar palavras, nem realçar sentidos. Quer sentir, profunda e intensamente, o resultado desse contraste entre os mistérios do cosmos e o meu coração. E viver o imensurável em meu íntimo e o infinito dentro do tempo que se finda e se repete a cada volta dos ponteiros do relógio da vida.