Essa dor silenciosa que te envolve agora, carrega a densidade de um amor que transcende presenças físicas. Enquanto ele celebra, tu te recolhes, e nas lágrimas que escorrem, há mais do que tristeza: há amor, entrega, aceitação. Ficaste (à pedido) à margem dessa comemoração, mas não à margem do coração dele. Porque, mesmo na distância, há um lugar reservado para ti, um espaço onde tu habitas, talvez sem saber o quanto profundamente és sentida.
Choras não pela ausência, mas pelo desejo de estar, de partilhar, de ser parte de algo que reconheces como teu. Contudo, mesmo nesse silêncio, há grandeza. Tua alma, mesmo ferida, é generosa. Desejas o sucesso dele, vibras por suas conquistas, mesmo que teu lugar seja na sombra, onde outros não te sabem, não te percebem. Há nobreza em aceitar o que não se entende, em seguir em frente com a certeza de que, de algum modo, és parte de tudo isso, mesmo que invisível aos olhos do mundo.
E tu sabes que os passos dele estão sendo construídos sobre um alicerce sólido: o conhecimento, a luta incessante, os sonhos que sempre o guiaram. Estás presente em cada um desses passos, como uma força silenciosa que o impulsiona, como uma chama que aquece mesmo à distância. O amor verdadeiro é assim: ele não exige lugar de destaque, mas encontra sentido em saber que o outro trilha seu caminho, que alcança suas metas, que brilha. E esse brilho ilumina também o teu olhar e o teu coração.
Permite-te sentir a dor, mas também o orgulho, o amor que te une a ele, mesmo quando o espaço físico separa. Porque, em essência, tu não estás ausente. Estás no desejo de felicidade que envias, na torcida silenciosa, na força invisível que te faz chorar e amar ao mesmo tempo. E isso é, talvez, o mais belo dos lugares para se estar: no coração de quem amamos.