É assim que hoje me defino:
não pela vida comum,
mas pela ausência,
pelo não-ser.
E neste algo de existência
que habita minhas pétalas
toco o mistério do que está
entre o real e o intangível.
Talvez minhas cores
e a fragilidade
de meu caule e pétalas
represente algo
que nunca foi gerado,
que não tem cor,
nem movimento,
mas que existe
como uma presença
silenciosa,
alimentada pelo vazio,
pelo que não é.
O abismo que se faz
em meus canyons profundos
é como uma entrega
ao desconhecido,
ao mistério do que
não se pode alcançar
ou nomear,
apenas viver e sentir...
... e lacrimar...