Maria
Prosa e Poesia
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Lacrimar

É assim que hoje me defino:

não pela vida comum,

mas pela ausência,

pelo não-ser.

 

E neste algo de existência

que habita minhas pétalas

toco o mistério do que está

entre o real e o intangível.

 

Talvez minhas cores

e a fragilidade

de meu caule e pétalas

represente algo

que nunca foi gerado,

que não tem cor,

nem movimento,

mas que existe

como uma presença

silenciosa,

alimentada pelo vazio,

pelo que não é.

 

O abismo que se faz

em meus canyons profundos

é como uma entrega

ao desconhecido,

ao mistério do que

não se pode alcançar

ou nomear,

apenas viver e sentir...

... e lacrimar...

Maria
Enviado por Maria em 13/12/2024
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