Rio Indômito
O pensamento é um rio indômito,
que nunca se cala,
segue, rasgando o ventre da terra,
a cada pedra, a cada curva.
Não brinco com o tempo,
mas vejo o passado, o presente e o futuro,
em sua disputa incessante,
por quem reina na memória ou na espera.
O presente, inquieto vilão,
obriga a existir,
rompe o conforto da mente calcificada,
abrindo caminho ao caos do sentir.
E assim, o convite ao mergulho interior,
tempestuoso e profundo,
me leva às ondas de calmaria,
contradição que nunca repousa.
É a dialética da vida,
um fluxo de beleza caótica,
a vontade louca de tocar o intangível,
de perder-se para enfim,
encontrar-se em novos lugares.
O perigo, as águas, o caos —
são apenas o início da liberdade.