A noite é triste e longa para quem dormir e não consegue. O silêncio é assustador, mesmo os sons que estão ao redor e nada dizem. A voz do pensamento grita tão alto que... tudo fica pequeno... Eu fico pensando... e pensando... e pensando... e sinto uma pequena gota d'água caindo do gemido de nuvens e se perdendo na brisa ao longo do caminho... vaporizando e desaparecendo... nada mais é quando chega ao chão... eu fico pensando em você... com quem ele está, quem dorme ao seu lado? Quem deita em seus braços, o lugar onde eu devia estar? Que lábios ele beija, enquanto eu choro de saudades? Com quem ele confabula enquanto eu olho a solidão da janela do tempo profundo? Enquanto o espelho só reflete os meus olhos... e neles eu vejo descer a lágrima... essa que me diz que... a distância dói... que a saudade não tem como medir... que o amor é gigante... mas não consegue te abraçar... os meus braços são muito curtos... e aí eu fico aqui... do alto do meu claustro, clamando que o dia amanheça... e que eu tenha forças de vivê-lo... e que eu tenha forças de vivê-lo...