Se eu pudesse vestiria meus olhos da vastidão da alma, do mar que mergulha profundidades e guarda mistérios em seu seio de vida. Se eu pudesse trazer poesia na ponta dos dedos e no sorriso, abarcar a luz, assim, assim, num abraço querido de respirar profundo e calado. Se eu pudesse ir, além do tempo, caminhar a praia da vida, como se a maré nunca fosse me levar pra longe... de mim... de ti...de nós... Se eu pudesse acender marés e refletir todos sentidos de minha palavra escrita e a imensidão da alma-colibri na retina dos olhos... se eu pudesse... Se eu pudesse, transformaria essas palavras em asas e as levaria ao infinito, onde o tempo não limita nem separa. Que beleza há nesse desejo de tocar o imenso, de respirar o universo em um só abraço, de navegar pelas ondas da existência sem medo de se perder, porque, mesmo longe, o "nós" é bússola. Se eu pudesse, deixaria o mar responder com seu canto profundo, ecoando os mistérios guardados no seio da vida. Se eu pudesse, vestiria o mundo com a delicadeza da alma-colibri, refletindo sua luz em cada canto sombrio. Mas talvez eu já possa... porque, ao escrever, posso ir além.