O caos ao redor —
agulhas e linhas,
livros e tecidos,
emaranha meus passos
de lá para cá, de cá para lá.
Tantas horas,
de letargia e espera,
o foco que nunca chega,
a ação que se perde
num mesmo fazer,
enquanto o poema se desenha
dentro da alma.
Só tenho palavras,
apenas elas,
para dizer o que o silêncio não diz,
para bordar o mote desejado
nessa confusão de instantes.
E se o amanhã me acordar,
brindarei à vida
com mais uma carta de amor.