Maria
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Omnia… a essência que transcende e se revela

Quantas vezes a sombra do niilismo me envolve, como um manto pesado, obscurecendo a visão e fazendo com que os sonhos se dissipem na bruma da incerteza? É como se minhas mãos fossem âncoras que me prendem ao fundo ou cárceres, incapazes de dar forma a algo que possa voar. As palavras, soltas, sem asas, tentam ser rastros, mas, tantas vezes, são apenas ecos de um vazio que, muitas vezes, parece não ter fim. As âncoras das palavras perdidas, as dores, as ausências, o amor que não se concretiza, os pássaros que não podem cantar… Tudo isso pesa, tudo isso marca. E ainda assim, mesmo no abismo, mesmo quando a alma se desfaz, há algo que persiste - um fio, uma centelha que não se apaga. A luz chegou. Omnia. Tudo, o todo, a essência que transcende e se revela. O que se transforma e preenche o vazio com a plenitude de um recomeço. Um caminho, não mais perdido, mas escrito em uma só letra em minha própria mão - a minha palavra escrita. Teu nome tatuado em mim. Essa luz, como o sol que se ergue após a noite mais escura, é a promessa de que o que parecia um deserto de sombras agora se torna fértil, pronto para florescer. Omnia: é o retorno à totalidade, àquilo que é integral e indivisível dentro de mim. Não se trata mais de naufrágios ou de falhas, mas de uma reconstrução. Cada dor que vivi agora é parte do meu alicerce, cada silêncio é a chance de renovar o canto, cada perda é a abertura para algo novo. Omnia. Tudo se encaixa. Não mais palavras sem asas, mas um voo que se eleva para além daquilo que já foi, para o que agora pode ser. Esse caminho que se revela, traçado pela luz, é uma jornada de reencontro, de reconciliação com o ser que sempre fui - apenas não soubera ainda.

Maria
Enviado por Maria em 29/12/2024
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