Eu preciso aprender,
que mesmo conectados,
vivemos em planos diferentes...
você, perambula entre palmeiras
num lugar barulhento e gritante,
eu, por casas antigas e rastros de desastres.
E eu preciso aprender que...
não é um toque de dedos
na janela do tempo profundo
que te arranca do teu mundo
e te traz para o meu.
Teu tempo não é o meu,
tua vontade - talvez - oposta à minha:
olhar em teus olhos,
com o amor que brilha nos meus.
Hoje, há um silêncio entre nós -
mesmo que tanto falamos -
há um silêncio temporal... espacial...
e, ainda que tempo e espaço se fundam,
há uma distância invisível,
real, impiedosa, que nos separa
em dois mundos...
Você lá... eu cá... cada um
de cada lado da vida e do outro...
Dois mundos em um só,
mas separados por algo maior:
teu coração que diz
se afastar cada vez mais do amar,
enquanto o meu insiste em lutar.
E por te amar tanto assim...
eu, ainda (in)cansável,
me perco nesse amor eterno,
tentando, entre passos e sonhos,
te alcançar no infinito que somos.