Eu também choro com as dores do mundo,
cada chaga da terra ecoa em mim,
um lamento que não finda,
uma pergunta que não cala:
E se tudo pudesse ser diferente?
Se houvesse uma fórmula mágica,
um gesto, uma palavra,
capazes de mudar o que precisa,
de curar o que fere,
de restaurar o que se perdeu?
Os tempos passaram,
já não sou a menina da montanha,
ouvindo o murmúrio dos monges
ou a música que dançava no ar,
vinda dos alto-falantes do cinema.
Hoje sou mulher,
que conhece o amor em sua plenitude,
que ama e é amada,
que carrega nos olhos o brilho da entrega
e no peito a força de sentir.
Mas as dores do mundo,
essas ainda sussurram alto,
arranham meu interior,
ferem-me com as angústias do tempo,
provocam tempestades que não cessam.
E como em ti,
essas dores me tornam parte,
da terra, da história, dos dias que virão.
Sou mulher, sou amor, sou dor,
sou o eco de um mundo que ainda clama por cura.