Não há encontros para celebrar,
nem finais felizes para contar.
O ano se despede sem glória,
carregando na sombra minha história.
A solidão permanece, fiel companheira,
nos votos vazios de um “termina bem”.
Uma lágrima insiste, beirando os cílios,
um soluço ecoa, no peito só, refém.
Mais um ano,
mais um a menos para viver...
O tempo escorre, impiedoso,
como areia entre os dedos frágeis.
Há tão pouco tempo...
tão pouco tempo...
e nele, um silêncio que não finda,
um espaço que ninguém ocupa,
uma espera sem promessa.
E ainda assim,
nessa vastidão de vazio,
há uma centelha, ainda tímida,
que sussurra baixinho:
o tempo que resta,
ainda pode ser meu.