Ainda não sou sua prioridade,
sou o intervalo entre seus mundos,
um suspiro breve,
uma sombra que espera ser vista.
O mundo ao redor te chama mais alto,
te abraça, te prende, te faz escolha.
E eu, que permaneço aqui,
o que sobrará para mim?
Que hora do tempo será minha?
Quando teus olhos, por fim,
se voltarão para esta janela do tempo profundo?
Verás, então, as marcas do silêncio,
as lágrimas que moldaram o chão,
um rastro de dor pela face,
nimbada de uma espera sem fim.
Mas ainda assim, eu fico,
porque há algo mais forte que a ausência,
algo que me faz acreditar,
mesmo que em silêncio,
mesmo que só.