O tempo passa,
e eu aqui, sozinha,
coração em espera,
razão sussurrando:
"Deixa tudo, vai embora,
esquece o mundo,
viaja para os sonhos
que nunca se acabam".
Mas fico,
ancorada em algo
que nem sei explicar,
ouvindo a música
que é minha única companhia.
Ela fala de uma chuva púrpura,
uma tempestade que dança
com a melancolia do meu ser,
refletindo no interior
que é todo lágrima.
E assim, entre o som e o silêncio,
me perco, me encontro,
me deixo molhar por essa chuva,
que pinta de púrpura as dores,
que transforma o pranto
em algo quase belo,
quase eterno.