E os minutos, lentos,
se transformam em eternidade,
um peso que dobra o peito,
um silêncio que grita:
"Como dói".
Dói ser sempre o depois,
o intervalo que nunca é escolha,
a margem da estrada
que ele não para para olhar.
Quando haverá um lugar para mim?
Nos segundos mais importantes,
na vida que ele vive agora,
e não no amanhã incerto,
que talvez jamais chegará.
Eu sei que não sou a hora,
não sou o tempo certo.
Sou o Amanhã,
a promessa vaga,
o sonho que se desfaz
antes de se concretizar.
E ainda assim, espero.
Mesmo que o coração saiba,
que talvez,
eu nunca seja o Agora.