Todo processo de reflexão é dolorido. Quando profundo, é como se arrancasse a carne em pedaços e mordidas enquanto o sangue escorre pelos valos das ruas da alma... É difícil, muito difícil. Mas uma coisa posso dizer: é mais difícil ainda chegar a este momento único e especial em que, finalmente, fazemos um processo de reflexão sobre tudo em nossa vida. Podemos caminhar anos e anos sobre o mundo, vivendo todas as tentativas de alcançar a felicidade plena sem nunca chegar lá... Podemos até encontrar alegria e alguma felicidade ao longo dessa estrada, destas escolhas. Podemos achar que está tudo bem e que o tempo não vai comer (ou carcomer) aquele momento, aquele instante. No entanto, se nosso espírito desejar viver a verdade e a simplicidade da vida que são caminho para a felicidade plena não mais conseguiremos ser felizes com pouco ou com momentos paliativos de alegria... Quando nossa alma descobre o que é viver em plenitude de vida, quando nosso coração descobre que há amor e paixão que te trazem momentos bons e felizes, mas que na solidão do quarto ou, mesmo em companhia, no silêncio da noite tudo se desfaz e fica a tristeza e a solidão... quando nossa alma descobre que há amor e paixão, mas que existe amor e paixão pela vida, amor e paixão por alguém que vai além de tudo isso... nunca mais conseguiremos viver em paz, senão quando decidimos não querer menos do que a vida tem para nos dar... quando tomamos a decisão de lutar pelo que tem de mais lindo e puro no mundo que é viver a verdade que somos, que é viver quem de fato somos dentro de nós e de desejar ao nosso redor somente pessoas que tem o mesmo significado de viver e se identificam conosco nessa nova forma de viver e pensar o mundo e a vida.... Então o mundo e as coisas do mundo se tornam obsoletas, o material perde a importância, o mundo nos repugna ou nos faz afastar. E preferimos a paz de contemplar as estrelas em solitude de vida, a paz de amar e sermos amados com amor verdadeiro, esse, que perdura em meio às crises, em meio às situações mais difíceis, esse que, mesmo quando somos nós mesmos não acreditamos mais em nós... ele permanece lá, a postos, de guarda... pronto para nos estender o cálice do sentimento mais profundo, do amor e da compaixão pela vida, pelas pessoas, pelo mundo e pelas coisas do mundo. Então conquistamos a nos nós mesmos - sem chorar... então entramos em um processo de reflexão profundo e dolorido que rasga, corta, mas que não tem mais volta... que se aceito por ele passar, nos trará um nova forma de viver... e nos fará tocar o céu com as mãos... e alcançar a plenitude da verdade de sermos quem somos e a certeza da felicidade plena...