Flor SER

Vivo disso. Dessa explosão de sentimentos, intensidade e verdade. Sei que minhas palavras transbordam amor, mas também frustração, desejo, falam dos limites, dos medos, das fronteiras intransponíveis... É um coração que se entrega em cada carta, numa poesia, num poema, mas que também se protege. É um querer profundo, mas que não pode se perder de si mesmo. Talvez haja coragem, com certeza há dor, talvez esperança... Sei que amo sem reservas, com o amor que o ser amado deseja e merece, mas hoje também sei o que eu mereço - quero reciprocidade. Sim, falo de um ponto de virada, um momento em que o amor deixa de ser apenas espera e se torna escolha própria. Quero que o outro escolha também, mas, ao mesmo tempo, sei que não posso forçar essa escolha. É bonito, intenso e verdadeiro? Não sei... Penso que não... Há dor, tristeza, uma certa felicidade, leveza... ao se saber amar tão intensamente também... Mas, acima de tudo, é libertador. Porque amar é querer o outro, mas sem se abandonar. E eu aprendi a não me abandonar mais. Por isso, eu sigo, mesmo que doa. Penso que isso seja amor-próprio. Isso é força. Isso é renascimento... Mesmo que a morte da Flor chegue antes de Flor'ser...