Espelhos da Alma

Talvez esse tom sombrio e introspectivo, essa melancolia tão presente em mim esteja em sintonia com o olhar que vejo no espelho em minha janela do tempo profundo. A dor da perda que ainda ressoa forte, as saudades eternas de um passado jamais esquecido, a peregrinação da alma no universo de luzes em busca de se encontrar, o medo e o desejo (polos ambivalentes) que se contrapõe na gangorra do dia ou que se chocam no carrossel das horas do tempo. Em ambos corações ecoa a busca incessante pela verdade e pela beleza, pelo amor verdadeiro, a ânsia eterna de amar e ser amado... E, mesmo a dualidade fascinante da vida: a celebração do efêmero... o eu lírico desses corações se acolhe e recolhe na profundidade do ser, onde a verdadeira identidade não se esconde atrás de máscaras e enfeites, mas onde os olhos se veem e se sentem... e é o que basta para trazer a luz azul da paz aos corações entrelaçados de esperas... a assinatura de dois nomes na palma da mão, a alma enlevada de amor e candura... e ali, onde os nomes repousam, o tempo se desfaz e o amor se eterniza...