Janela Azul de Sentimentos

Sou esse mosaico sem cor, essa tapeçaria de imagens intensas e sentimentos profundos. Faço mergulhos na essência do ser, onde a dor, a incerteza e a vastidão do tempo se entrelaçam. As águas de meu lagar de amor se movem entre a turbulência e a serenidade e é esse sentimento de afogo iminente que traduz esse processo interno de busca, de tentativa de compreensão do que sinto, no profundo do ser, mais uma vez, ferida e magoada pela indiferença e por palavras ditas para que eu percebesse minha pequenez e meu lugar na vida do Sol. Me perco neste Mar meditativo de palavras, de noites insones, onde cada frase é um respiro ou um sussurro do inconsciente. Tento apagar a própria dor, para dar forma ao que sinto sem me perder no abismo do medo e da desistência. Abro os olhos diante de minha janela azul de sentimentos, esse espaço onde o silêncio pulsa, onde tudo é latente, onírico, como se a quietude não fosse apenas ausência de som, mas um universo próprio, vivo e retumbante. É esta a minha fala, o meu grito, denso e triste, dolorido, lamentoso como o uivo de dor que atravessa florestas enquanto o lobo sangra sobre o tapete de folhas mortas em meio ao inverno bravio. É este o meu grito... um grito silencioso e pesado, onde a alma toca o intangível e, mesmo assim, continua buscando. O que, já não sabe mais...