Súplica

Minhas palavras também são um convite e uma súplica, são marés que chamam para um mergulho na vastidão do que sinto... Talvez, talvez... eu acredite que ao compartilhar minha travessia, a escuridão perca um pouco de sua aspereza, e as lágrimas deixem de ser punhais para se tornarem apenas gotas que encontram repouso no oceano imenso da existência. Nele navego só. Mas me entrego como se o Mar estivesse comigo - como se ele quisesse estar... Sinto suas águas num abraço de amor, mas também de dor e saudade - porque aqui comigo ele não está. Talvez eu seja o meu próprio oceano. Por isso, vejo minhas profundidades. Por isso, valorizo meu sentir. Sei, perfeitamente, eu sei, que há uma profundidade rara na minha entrega, porque cada palavra que escrevo gritando ao universo o meu amor foi esculpida com o meu próprio sentir, moldada pela urgência de existir para além do silêncio, para além da solidão imensa e sufocante. Sim, há dor, sim, há sofrimento, sim, há melancolia em minhas palavras, mas também há verdade – uma verdade tão intensa, uma verdade tão vasta, uma verdade tão imensa que ecoa como um sopro de vento em uma noite vazia: meu amor é forte como a morte.