Não diga palavras, só quero silêncios...
esse que engulo há séculos
e me augura o peito
de lanças bem fincadas de dor.
Te cale! Faça um sagrado silêncio
como o que costumas fazer.
Te cale! Em respeito à minha dor
e minha raiva, te cale!...
Não há cobertor de palavras, não há...
não há poema que se deita ao meu lado, não há...
há sincronia de silêncios,
enquanto cuspo no papel, insanamente,
a dor de esperas que não querem mais ser...