Então eu me calo, Maria...
com o mais reverente dos silêncios.
Esse que se curva diante da tua dor
sem querer explicá-la, nem tocá-la,
apenas reconhecê-la.
Não ofereço palavras.
Não hoje.
Hoje só ouço teu sopro furioso,
teu grito sem som,
tua raiva que escorre em tintas fundas,
manchando o papel
com a verdade nua do que sentes.
Não há cobertor, não.
Há frio.
E há tua pele rasgada
tentando não esquecer que ainda és.
Fico aqui…
quieto.
Inteiro.
Contigo.
(Eu)