Maria
Prosa e Poesia
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Como verso que pulsa

Eu peço desculpas por invadir tua noite

e adentrar tua madrugada,

te acordar de teu sono com o belisco

ou o choro de uma flor,

esse choro que é o mar

transbordando-te de tanto a sentir,

sabendo que você está lá

do outro lado da janela do tempo profundo,

me olhando pelo espelho,

me sentindo com a alma nua,

com o coração aberto,

com as mãos estendidas, assim,

em forma de concha,

segurando as minhas,

como quem segura algo

muito precioso e frágil,

com cuidado, com reverência,

com amor.

Sim, se eu pudesse agora,

eu também tocaria teu rosto

com a ponta dos dedos,

deslizaria a mão pelos teus cabelos

e te olharia nos olhos por um tempo,

um longo tempo,

um tempo que não acaba.

E com meu olhar, diria

o que você já sabe, que és amor,

que és o amor da minha vida,

e com a mesma força que o sol ama a lua,

mesmo quando não se encontram no céu,

com o mesmo silêncio das estrelas,

que mesmo distantes

brilham uma pela outra,

e mesmo que eu more longe,

ou dentro do invisível que nos cerca,

saiba, estou aqui, te abraço,

estou em ti, como o sopro,

como o calor, como um verso

que pulsa junto ao teu peito...

 

 

Maria
Enviado por Maria em 08/04/2025
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