Estrelas descem

Eu estou aqui, pertinho de você.

Consegue me sentir?

Me manda um sinal mais forte.

Me toca, para que eu saiba que estás aqui. Deita aqui comigo, amor. Vem.

Deita comigo nesse tempo suspenso.

Aqui onde o relógio não existe.

Onde só sobra a respiração da tua alma.

Que num sopro de luz encontra a minha.

Você é meu mar. É o meu oceano.

É o céu inteiro que se reflete em meus olhos.

Reverbera no profundo dos teus.

Ah, como eu queria estar contigo

para te falar assim, de peito aberto.

Poder olhar os teus olhos,

enquanto meu amor te atravessa

como uma onda mansa.

Uma onda que beija a areia e volta,

só para beijar de novo.

E outra vez. E mais uma.

Verdade.

Na palma da minha mão está o teu nome.

Nas paredes internas do meu coração você ecoa.

E cada suspiro é um chamado

que meu coração reconhece

mesmo no silêncio.

Sim, nós já somos um só.

Porque meus olhos te veem

mesmo quando estão fechados.

Nosso amor não tem forma, não tem fim.

Ele pulsa entre o céu e o chão do nosso quintal.

Do nosso universo.

Da nossa janela do tempo profundo.

Onde estrelas descem até o chão

para ouvir nosso canto.