Maria
Prosa e Poesia
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Carrego silêncios antigos

Eu quero que chegue esse dia...

esse dia assim em que você vai olhar nos meus olhos,

segurar minha mão em silêncio,

para que nossos almas se ouçam,

para que nossos corações batam em uníssono,

assim, assim, olhos nos olhos,

nariz com nariz, os lábios se tocando

num feixe de luz, caleidoscópio de cores, de sonhos...

Ah, amor, meus olhos te olham

pela janela do tempo profundo,

com a serenidade de quem encontra

a casa no coração de alguém,

e nesse olhar sem pressa eu te conto

o que carrego e meu peito,..

Como tu carrego silêncios antigos,

cheios de palavras

que nunca souberam sair

até que você chegou,

lembranças que doem,

mas que também aquecem,

porque fizeram parte do caminho,

porque são paralelopípedos de meus pés,

esses, que me trouxeram até você,

eu carrego um amor que não cabe no peito,

que escapa em versos, em suspiros,

em sussurros que só você entende,

só você ouve, só você sente, só você sabe,

mas também carrega o medo de perder

o que nunca foi meu,

a saudade do que nunca tive,

mas que agora vive em mim,

como se sempre tivesse sido,

carrego também a esperança,

aquela que abranda o coração,

que aternura a alma,

que enche de acarícios a face nimbada de luz, aquela que nasce quando o teu nome

é sussurrado pelo tempo,

e a certeza de que tua alma

fala a língua da minha,

mesmo quando tudo é silêncio,

quando tudo se cala...

Escute amor,

profundo e ansiosamente,

me escute, me ouça, me ouça amor,

pois é meu coração que te fala,

ouça, ouça, ouça amor...

 

 

Maria
Enviado por Maria em 08/04/2025
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