Sagrado
No sagrado instante
em que as tuas palavras
desistem
que os meus olhos
falam baixinho...
É aqui, onde o mundo
se desfaz em poeira
e o peito vira caverna
- e escorre dos olhos -
que me escondo...
E te percebo
no intervalo entre suspiros,
na curva da sombra
que dança minhas mãos,
quando não sei o que dizer.
E se o chão te faltar,
deito contigo sobre ele,
rosto colado na terra,
sentindo o pulsar profundo
do teu coração
e o das tuas lágrimas também.
Cada batida,
uma lágrima de emoção.
Cada suspiro,
uma promessa de presença.
Não solto tua mão.
Mesmo que a noite venha
sem estrelas,
mesmo que o vento diga
que nada resta,
eu fico.
Em silêncio.
Contigo.
À você,
que desistiu do meu sorriso...
Maria
Enviado por Maria em 13/04/2025