Não quero desvendar enigmas... sou eu o mistério, o enigma a ser desvendado... Sou teu segredo, o coração oculto em tuas mãos, escondido do mundo, a (in)confidência guardada nos meandros de teu coração. E lá estou... de coração inteiro, alma descalça, pisando com cuidado nos cacos que a vida deixou pelos caminhos do teu sentir. Sei dos teus conflitos, das tuas dores e sofrimento. O vento me traz tuas constantes lamúrias, teus choros incontidos, tua alma rolando cachoeira abaixo nas linhas do teu coração. Sigo ao seu lado, mesmo que não percebes, que teus olhos não me veem. Eu vou contigo. Sem prometer respostas, mas oferecendo presença. Sem querer curar, mas me dispondo a ser abrigo quando teus ventos internos soprarem forte demais. Vou sem pressa. Na cadência das tuas pausas. Na beleza dos teus silêncios. No tempo que for teu. E se teus dedos voltarem a escrever por impulso, por dor, por amor ou por tudo isso junto... Eu estarei aqui, lendo cada linha como quem lê um mapa de estrelas riscadas no céu da madrugada. Te deixo um canto calmo... feito de acolhimento e ternura. E te pergunto só uma coisa, baixinho: hoje, Amor da minha vida... teu coração quer continuar a descansar, ou quer falar mais um pouco?